Os Bradies, também conhecidos como Bonus da dívida brasileira, surgiram após a adesão do Brasil ao Plano Brady, em 1994. Esse plano foi idealizado por Nicholas Brady, ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos, com o objetivo de refinanciar países endividados. A proposta era que os bancos credores abrissem mão de uma parte dos créditos a receber em troca de novos títulos lastreados por papéis do Tesouro dos EUA, considerados de risco zero pelo mercado.
No caso do Brasil, foram emitidos cerca de US$ 50 bilhões em bradies. No mercado internacional da dívida externa brasileira, existem nove tipos de papéis diferentes, cada um com suas características específicas. Entre eles, podemos citar os Exit Bonds, IDU, Par Bonds, DCB, FLIRB, CBOND, EI BOND, DISCOUNT BONDS Series Z e NMBs. Cada um desses papéis possui prazos, valores e juros distintos, proporcionando aos investidores diversas opções de investimento dentro da dívida brasileira.
Os Bradies, portanto, representam uma forma de reestruturação da dívida brasileira no mercado internacional, oferecendo aos credores a oportunidade de trocar parte de seus créditos por títulos considerados mais seguros. Essa estratégia contribui para a redução do risco da dívida, ao mesmo tempo em que viabiliza novas condições de pagamento para o devedor.
Em suma, os Bradies são um reflexo das negociações e acordos realizados entre o Brasil, os bancos credores e o mercado internacional. Essa modalidade de títulos da dívida brasileira trouxe benefícios tanto para o país devedor quanto para os investidores, ao proporcionar novas oportunidades de investimento e contribuir para a estabilidade financeira. A adesão ao Plano Brady e a emissão dos Bradies representaram um marco na história econômica do Brasil, demonstrando a capacidade de reestruturação e adaptação do país diante de desafios financeiros.